NA EUROPA MEDIEVAL
"O excluído por excelência na sociedade medieval era o
estrangeiro. [...] A Cristandade medieval rejeitava o intruso que não pertencia
às comunidades conhecidas, vendo-o como portador do desconhecido e da inquietação.
[...] O estrangeiro é aquele que não é um fiel, um súdito, aquele que não jurou
obediência, aquele que, na sociedade feudal, é considerado "sem
aval". [...] Os que não podia enquadrar ou prender, a sociedade medieval
lançava nos caminhos".
(Jacques Le Goff, em A civilização do ocidente medieval)
“O estrangeiro era motivo de sonho e de ruptura”.
(Jean Duvignaud, em Sociologia do comediante)
* * *
NA ÁFRICA SUBSAARIANA de AMADOU
HAMPÂTÉ-BÂ
“Quando um estrangeiro chega a uma cidade,
faz sua saudação dizendo:
- Sou vosso estrangeiro.
Ao que lhe respondem:
- Esta casa está aberta para ti.
Entra em paz.
Dá-nos notícias.
Ele passa, então, a relatar toda sua história,
desde quando deixou sua casa,
o que viu, o que lhe aconteceu...
E isso de tal modo
que seus ouvintes o acompanham em suas viagens
e com ele as revivem”.
(Amadou Hampâté-Bâ, em A tradição viva)
* * *
NA PROFECIA DOS GUARANIS
“Quando o espaço
abraçar o círculo do novo tempo,
Tupã renascerá no coração do estrangeiro”
(Kaká Werá Jecupé, em Tupã
Tenondé)
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