Nestes dias sombrios,
resgato essas palavras de Gilberto Gil
quando assumiu o Ministério da Cultura em
2003:
“Quero o Ministério
presente em todos os cantos e recantos de nosso país. Quero que esta aqui seja
a casa de todos os que pensam e fazem o país. Que seja, realmente, a casa da
cultura brasileira. E o que entendo por cultura vai muito além do âmbito
restrito e restritivo das concepções acadêmicas, ou dos ritos e da liturgia de
uma suposta ‘classe artística e intelectual’. [...] Cultura como usina de símbolos
de um povo. Cultura como conjunto de signos de cada comunidade e de toda a
nação. Cultura como o sentido de nossos atos, a soma de nossos gestos, o senso
de nossos jeitos.
[...] O Estado
não deve deixar de agir. Não deve optar pela omissão. Não deve atirar fora de
seus ombros a responsabilidade pela formulação e execução de políticas
públicas, apostando todas as suas fichas em mecanismos fiscais e assim
entregando a política cultural aos caprichos do deus-mercado. [...] O mercado
não é tudo. Não será nunca.
[...] A
multiplicidade cultural brasileira é um fato. Somos um povo mestiço que vem
criando, ao longo dos séculos, uma cultura essencialmente sincrética. Uma cultura
diversificada, plural, mas que é como um verbo que é conjugado por pessoas
diversas, em tempos e modos distintos.
[...] Aqui
será o espaço da experimentação de rumos novos. O espaço da abertura para a
criatividade popular e para as novas linguagens. O espaço da disponibilidade
para a aventura e a ousadia. O espaço da memória e da invenção”.
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